Sabedoria – Perdão
Lumara Diniz
"Quando ficamos presos ao passado ressentimos o
que aconteceu como se estivéssemos lá.
Afinal, estamos onde nossa mente está e
muitas de nossas reações impulsivas das quais nos arrependemos depois
nascem deste ressentimento.
Ressentir é sentir de novo o que já passou, é dar as costas
para o futuro e esquecer o presente. Ressentimento é uma emoção e não um fato,
o fato aconteceu lá traz, a diferença é o significado que damos a este fato.
Lembrar coisas boas nos dá ânimo para continuar,
ressentir mágoas, raiva e ódio nos coroe literalmente, pois se refletem em nosso corpo, ocasionam doenças físicas e
emocionais.
Emoções negativas, contidas e ressentidas destroem a
vida, cegam os mais belos olhos, ensurdecem os mais ávidos ouvidos, param
os mais saudáveis corações. Privam de
prosperidade um filho de Deus.
Deixar de
ressentir e se libertar é uma atitude de inteligência e a atitude que
neutraliza o ressentimento se chama perdão...
Então, o perdão é um ato de inteligência. O ressentimento é a escuridão,
o perdão a sua luz.
O perdão antes de tudo é um ato de auto-amor, de auto-preservação e de auto compreensão. Não é
o outro que mais ganha, somos nós.
Muitos confundem o perdão com outras atitudes e coisas, por isso, deixam de
perdoar.
Muitos criam objeções ao perdão, porque acreditam
que se perdoassem estariam concordando
com o comportamento prejudicial que violou
seus valores. Isso não é verdade...
Acreditam que o perdão eliminaria a função positiva, como,
evitar a repetição do comportamento inadequado. O perdão é interno e não significa
concordar com o comportamento do outro ou deixar de evitar a repetição desse comportamento.
Perdão é uma atitude racional que liberta nosso emocional... Separe a função positiva
aparente da raiva da função positiva
efetiva do perdão. Aparentemente a raiva nos liberta, na verdade nos prende. Aparentemente o perdão é renuncia, na verdade
é libertação.
O perdão é uma atitude de inteligência. Pense: como é ressentir
e remoer algo que aconteceu em seu passado? Agora, pense: Como seria se você
tivesse perdoado? Responda: O que é mais saudável e mais inteligente para você?
Para perdoar inteligentemente,
liberte-se da necessidade de se zangar, de brigar, de ressentir e ofereça respostas comportamentais
específicas para realizar essa função
protetora, isto é, haja racionalmente de acordo com a situação. Por isso que
dizemos: quem berra perde a razão...
O perdão antes de tudo é um “deixar ir”, uma permissão
para o desprendimento, um libertar-se de algo. E isso é uma libertação de si
próprio que liberta os outros. Quem quer ficar preso a algo que faz mal a si
mesmo?
Muitos guardam ressentimentos de pessoas que já se retiraram
de sua vida ou que até já não fazem mais parte desse mundo. O que há de bom
para você nesse ressentimento? Se, não há nada de bom o que te impede de
perdoar?
Lembre-se, antes de perdoar tem que se querer, esse é o
primeiro passo. Perdoar os outros ou a si próprio não significa aceitar o comportamento
que nos prejudicou ou prejudicou a outros, nem renunciar valores que foram
violados.
Perdoar é uma atitude de inteligência que traz paz
e solução para sua vida. Então se
pergunte: Você quer solucionar esta situação
interiormente? Você quer se livrar deste fardo?
Perdoar tem mais a ver com você do que com o
outro, podemos perdoar sem haver
reconciliação são coisas diferentes, o perdão é
interior, ocorre em nosso mundo mental.
Perdoar é uma
atitude de inteligência, é uma religião
no sentido mais próprio da palavra, isto é, religar-se a Deus pela
compreensão de si mesmo, do outro e de
uma situação. Compreender é diferente de concordar, entender é diferente de permitir que a situação
se repita.
O perdão nasce da compreensão que promove a libertação e ambas são sementes da mais pura
sabedoria. Perdoe e liberte-se!
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